Número total de visualizações de páginas

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Adicione Título

Como morri?
Perdido num mundo vazio de tão cheio.
Durante anos mudei todos os dias de cama, comi de um tal pão que me matava a dependência fútil de alimento semanal, tive a honra de beber da mesma água que todas as pombas brancas e menos brancas. Perdi o hábito ou o lugar ou o conhecimento da higiene. O nojo pregou-me o olhar ao chão e a fraqueza esticou-me a mão.
Um dia acordei e estava sol, doía-me o peito e eu tinha acordado na rua, cheirava mal e as pessoas olhavam-me enojadas, mas estava sol.
Arranquei o olhar das pedras macias da minha cama e procurei apoio...
A dor aumentou.
Supliquei ajuda.
Caí de joelhos e chorei. Como nunca tinha chorado.
As pessoas não me vêem e as que me reparam desviam-se de mim. Caí no chão.
Senti-me a desmaiar.
Lembrei-me que já há muitos luares não provava o pão, nem a água…
A dor ficou mais forte e mais forte e forte! Não a aguentei.
Agarrei o peito e as vontades, agarrei o que perdi na dignidade que não sei onde deixei.
E morri ali.
No meio da rotina de tantas pessoas que nunca me viram.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

AdicioneTítulo

Pedaços do que fui em folhas que já não tenho:

"Apetece-me fumar até o sol aquecer o fumo...
Apetece-me escrever até não conseguir estar acordada...
Apetece-me fugir de tudo...
Apetece-me dançar e esquecer o mundo...
Apetece-me fotografar a aurora até o sol se pôr e voltar a estar escuro na cama...
Apetece-me viver... "

de "as palavras que se repetem" por, AndreiaMateus