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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

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O que vende hoje em dia? Sexo vende. Sempre vendeu. Teresa sabe disso. Teresa lucra com isso. Não que venda sexo, ou que compre esse serviço, mas porque sabe que todos os homens que a olham quando passa desejam compra-la por umas horas. Usa-la e saboreá-la de todas as formas possíveis. 
Teresa sabe disso. E Teresa veste-se para isso...
Para que olhem e desejem, para que fantasiem e tenham vontade de persegui-la, tal qual presas indefesas a caminhar do matadouro.
Os lábios vermelhos sorriem ao vê-los correr atrás da sua própria morte. Que ingénuos são e que instintos primários os guiam. Mas nada os faria perceber que Teresa não é inocente e pura, nem doce e atraente como aparenta. Teresa é uma arma letal, como o vestido preto, curto e justo que veste habitualmente.

Teresa, Teresa é o seu nome, embora ninguém a conheça por esse nome. Teresa lucra com sexo mas não é puta, é assassina e não usa armas.

Teresa mata por prazer e morrer, é o último dos prazeres…

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

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Primeiro escolheu do armário as armas. Com a minúcia de um olhar experiente escolheu as mais fatais. Colocou-as uma a uma em cima da cama fazendo-as encaixar, como quem mistura os ingredientes de um veneno mortal. E despiu-se... Fechou os olhos e acariciou-se. Adorava o seu corpo e desejava-o. Perfumou-o, assim nu, e desejou-se mais ainda. Adorava um dia poder sair de si e consumir-se.
Abriu os olhos e, sorrindo, pegou na primeira peça da arma e começou a subi-la lentamente pelo pé, joelho e coxa, quase até à nádega. Colocou a segunda peça, devagar, gostava de apreciar aquele momento. E, logo de seguida, a terceira peça encaixou-a na anca, prendendo-a nas duas primeiras. A quarta peça tapou-lhe os seios.
Olhou-se no espelho.
Estava montado o esqueleto da arma negra e decotada. Cheirava a veneno e a pecado. Agora o vestido preto, curto e justo. O salto alto era vermelho. O relógio de prata. A pulseira fina e de bom gosto. O fio de pérolas e os lábios tão vermelhos quanto o seu sangue. O cabelo liso, castanho e suave envolvia-lhe as costas magras e sensuais...

Teresa era o seu nome, vestia a pele de uma predadora nata. Era uma arma letal, pronta a disparar num alvo escolhido a dedo e a olho.

E Teresa estava pronta.