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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

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Primeiro escolheu do armário as armas. Com a minúcia de um olhar experiente escolheu as mais fatais. Colocou-as uma a uma em cima da cama fazendo-as encaixar, como quem mistura os ingredientes de um veneno mortal. E despiu-se... Fechou os olhos e acariciou-se. Adorava o seu corpo e desejava-o. Perfumou-o, assim nu, e desejou-se mais ainda. Adorava um dia poder sair de si e consumir-se.
Abriu os olhos e, sorrindo, pegou na primeira peça da arma e começou a subi-la lentamente pelo pé, joelho e coxa, quase até à nádega. Colocou a segunda peça, devagar, gostava de apreciar aquele momento. E, logo de seguida, a terceira peça encaixou-a na anca, prendendo-a nas duas primeiras. A quarta peça tapou-lhe os seios.
Olhou-se no espelho.
Estava montado o esqueleto da arma negra e decotada. Cheirava a veneno e a pecado. Agora o vestido preto, curto e justo. O salto alto era vermelho. O relógio de prata. A pulseira fina e de bom gosto. O fio de pérolas e os lábios tão vermelhos quanto o seu sangue. O cabelo liso, castanho e suave envolvia-lhe as costas magras e sensuais...

Teresa era o seu nome, vestia a pele de uma predadora nata. Era uma arma letal, pronta a disparar num alvo escolhido a dedo e a olho.

E Teresa estava pronta.

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